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Esquemas iniciais desadaptativos e o consumo de álcool: Como a Terapia do Esquema pode ajudar?

Artigo Publicado: 07/03/2025

Esquemas iniciais desadaptativos e o consumo de álcool - TCC - NeuroFlux

O consumo excessivo de álcool e outras substâncias pode estar profundamente enraizado em padrões emocionais e cognitivos formados na infância, conhecidos como Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs). Esses esquemas influenciam a forma como interpretamos e enfrentamos a realidade, muitas vezes levando a estratégias disfuncionais de enfrentamento. A Terapia do Esquema, desenvolvida por Jeffrey Young, busca identificar e tratar esses padrões, sendo uma abordagem especialmente útil para casos mais refratários, como os transtornos de personalidade.

Neste artigo, explorarei a relação entre os EIDs e o uso de álcool, os esquemas mais comuns associados ao consumo e como a Terapia do Esquema pode ser eficaz na prevenção e no tratamento da dependência.

O que são Esquemas Iniciais Desadaptativos?

Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) são padrões emocionais e cognitivos desenvolvidos na infância e perpetuados ao longo da vida. Eles surgem a partir de necessidades emocionais não atendidas e moldam a forma como enfrentamos desafios. Todos possuem algum nível de esquemas desadaptativos, mas em algumas pessoas eles se tornam centrais na personalidade, influenciando negativamente o comportamento e as emoções.

Esses esquemas são agrupados em cinco domínios principais:

1. Desconexão e Rejeição: Sensação de que os outros não estarão disponíveis para oferecer apoio e afeto. Ex.: abandono, desconfiança e abuso, privação emocional.

2. Autonomia e Desempenho Prejudicados: Sensação de incapacidade para lidar com a vida de forma independente. Ex.: dependência, vulnerabilidade ao dano.

3. Limites Prejudicados: Dificuldade em estabelecer limites saudáveis. Ex.: grandiosidade, autocontrole insuficiente.

4. Direcionamento para o Outro: Colocar as necessidades dos outros à frente das próprias. Ex.: subjugação, autosacrifício.

5. Supervigilância e Inibição: Tendência ao controle excessivo das emoções e comportamentos. Ex.: padrões inflexíveis, postura punitiva.

Os esquemas influenciam diretamente os estilos de enfrentamento, que podem ser classificados como:

• Evitação: Afastar-se da fonte de sofrimento.
• Subjugação: Aceitar o esquema como verdade e agir conforme ele.
• Hipercompensação: Tentar compensar a dor emocional de forma exagerada.

A relação entre esquemas desadaptativos e o consumo de álcool

Muitas vezes, o uso de álcool e outras substâncias é uma forma de lidar com os EIDs. A substância pode ser utilizada como uma estratégia de enfrentamento para evitar ou amenizar emoções negativas associadas a esses esquemas.

Estudos indicam que alguns EIDs são mais ativados em pessoas que consomem álcool, como:

• Abandono
• Autocontrole e autodisciplina insuficientes
• Desconfiança e abuso
• Privação emocional
• Autosacrifício


Durante a pandemia, por exemplo, as mulheres aumentaram o consumo de álcool devido ao acúmulo de responsabilidades, refletindo a relação entre esquemas desadaptativos e uso de substâncias. Além disso, uma baixa tolerância ao sofrimento foi identificada como um mediador entre os EIDs e o consumo excessivo, ou seja, indivíduos com dificuldade em lidar com emoções negativas tendem a recorrer ao álcool como escape.

O consumo de álcool entre universitários

Os universitários representam um grupo de alto risco para o consumo excessivo de álcool, principalmente na forma de binge drinking (ingerir grandes quantidades em pouco tempo). Nos últimos anos, essa faixa etária tem apresentado um aumento significativo no consumo de bebidas alcoólicas.

Os esquemas mais comuns entre universitários incluem:

• Autosacrifício
• Padrões inflexíveis
• Negatividade


Já os EIDs mais correlacionados ao consumo abusivo são:

• Dependência e incompetência
• Grandiosidade (pensamento de que “paro quando quiser”)
• Vulnerabilidade ao dano
• Desconfiança e abuso

Fatores como a subestimação dos riscos, a baixa tolerância à frustração e a busca por autorregulação emocional por meio do álcool são determinantes no padrão de consumo dessa população.

Como a Terapia do Esquema pode ajudar?

A Terapia do Esquema é uma abordagem integrativa que combina princípios da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), Gestalt, Teoria do Apego, Psicanálise e outras abordagens. Seu objetivo é identificar os esquemas desadaptativos e modificar os padrões de enfrentamento prejudiciais.

Uma abordagem específica para transtornos de uso de substâncias é a Terapia do Esquema de Duplo Foco, proposta por Bal nas décadas de 1980 e 1990. Essa técnica une os princípios da Terapia do Esquema às estratégias de prevenção de recaídas. O foco está na regulação emocional do paciente, considerando que o uso de álcool pode ter uma função na sua vida que precisa ser substituída por estratégias mais saudáveis.

Os principais elementos do tratamento incluem:

1. Empatia do terapeuta – compreender o sofrimento do paciente e suas necessidades emocionais.
2. Confrontação empática – ajudar o paciente a perceber pensamentos e comportamentos disfuncionais sem julgamentos.
3. Aliança terapêutica segura – evitar rompimentos no tratamento e fortalecer a confiança do paciente.

A Terapia do Esquema de Duplo Foco propõe intervenções como:

• Técnicas de prevenção de recaídas
• Desenvolvimento de habilidades sociais
• Gerenciamento das emoções
• Controle da fissura por álcool
• Intervenções específicas para cada esquema desadaptativo

Os Esquemas Iniciais Desadaptativos desempenham um papel crucial no consumo de álcool e na dependência química. Eles influenciam a forma como as pessoas lidam com desafios emocionais e podem levar ao uso abusivo de substâncias como estratégia de enfrentamento.

A Terapia do Esquema, especialmente a abordagem de Duplo Foco, mostra-se uma alternativa promissora para tratar pacientes com transtornos de uso de substâncias, oferecendo ferramentas para a reestruturação cognitiva e emocional.

Com a ampliação das pesquisas e o fortalecimento de abordagens terapêuticas eficazes, é possível desenvolver estratégias mais assertivas para prevenção e tratamento do uso abusivo de álcool, promovendo uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

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