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A Relação Terapêutica na Psicoterapia: Construção, desafios e impacto no processo terapêutico

Artigo Publicado: 07/03/2025

Relação Terapêutica na Psicoterapia - TCC - NeuroFlux

A relação terapêutica é um dos pilares fundamentais da psicoterapia, independentemente da abordagem utilizada. Mais do que um simples encontro entre paciente e terapeuta, trata-se de uma experiência única e transformadora. Essa relação é construída desde o primeiro contato e é um fator determinante para a eficácia do tratamento psicológico.

O início da relação terapêutica: O primeiro contato e a avaliação

O processo terapêutico começa antes mesmo da primeira sessão, no momento em que o paciente decide buscar ajuda psicológica. Diversos fatores influenciam essa escolha, como indicações de terceiros, pesquisas na internet ou uma necessidade emergente de lidar com um problema específico.

O terapeuta precisa compreender as expectativas do paciente desde o primeiro contato. Esse momento é crucial para alinhar percepções sobre o que a psicoterapia pode oferecer e avaliar se há compatibilidade entre terapeuta e paciente. A primeira sessão, chamada de entrevista inicial, permite um confronto entre as expectativas do paciente e a realidade do trabalho do profissional. Esse é um momento de acolhimento, onde tanto paciente quanto terapeuta avaliam se seguirão com o processo ou se será necessário um encaminhamento para outro profissional, caso haja incompatibilidade.

Alinhamento de expectativas e a ética na psicoterapia

A adequação das expectativas do paciente e do terapeuta é fundamental para que o processo terapêutico tenha um desenvolvimento saudável. Diferentemente de outras áreas da saúde, na psicoterapia, a relação entre ambos não pode ser apenas técnica ou protocolar. O terapeuta precisa ter motivação para atender aquele paciente e se sentir capaz de lidar com sua demanda. Caso contrário, o procedimento ético adequado é encaminhá-lo a outro profissional.

Além disso, é importante reconhecer que cada terapeuta possui suas próprias habilidades e limitações. Algumas demandas específicas exigem maior experiência ou especialização, e não há problema algum em admitir isso. A humildade para reconhecer limitações e buscar conhecimento contínuo é essencial para que o terapeuta se torne mais competente ao longo do tempo.

A relação terapêutica nas diferentes abordagens psicológicas

A forma como a relação terapêutica é construída pode variar de acordo com a abordagem psicológica adotada. Dentro das Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCCs), dois modelos principais se destacam:

• Terapia Cognitivo-Comportamental (Aaron Beck): Fundamentada no empirismo colaborativo, a relação terapêutica é baseada na cooperação entre terapeuta e paciente. O objetivo é ajudar o paciente a identificar e modificar pensamentos automáticos e crenças disfuncionais. O vínculo é mais horizontal, no qual o terapeuta orienta, mas o paciente tem autonomia para realizar as mudanças necessárias.

• Terapia do Esquema (Jeffrey Young): A relação terapêutica é considerada um elemento essencial para a mudança. Young propõe duas estratégias principais: confronto empático (quando o terapeuta compreende a dor do paciente, mas o desafia a mudar) e reparentalização (quando o terapeuta assume um papel simbólico de cuidado, suprindo necessidades emocionais não atendidas na infância). Aqui, o vínculo tende a ser mais próximo e reparador.

A relação terapêutica nos Transtornos de Personalidade

No tratamento dos transtornos de personalidade, a relação terapêutica adquire um papel ainda mais central. Pacientes com esse tipo de transtorno frequentemente apresentam dificuldades interpessoais e padrões relacionais disfuncionais. Por isso, o terapeuta não apenas trabalha para reduzir sintomas, mas também utiliza a própria relação como ferramenta para a reestruturação cognitiva e emocional do paciente.

Diferente das terapias convencionais, onde há um vínculo horizontal, nos transtornos de personalidade o terapeuta muitas vezes assume um papel mais diretivo, tornando-se um modelo para o paciente. Isso exige um envolvimento maior, sensibilidade e a capacidade de manejar desafios na relação, como resistência, idealização do terapeuta ou transferência intensa.

Transferência e contratransferência: O impacto das emoções na psicoterapia

As emoções que surgem dentro da relação terapêutica são oportunidades valiosas para o crescimento do paciente. Freud foi um dos primeiros a descrever o fenômeno da transferência, que ocorre quando o paciente projeta no terapeuta sentimentos e padrões de comportamento desenvolvidos em outras relações ao longo da vida. Esse fenômeno é essencial para que padrões disfuncionais sejam trabalhados e ressignificados.

Já a contratransferência se refere às emoções que o terapeuta experimenta em relação ao paciente. Elas podem ter duas origens:

1. Crenças e esquemas desadaptativos do terapeuta, que podem influenciar a forma como ele percebe e reage ao paciente.

2. Problemas reais do paciente, que impactam diretamente o terapeuta e podem afetar o processo terapêutico.

Uma forma prática de diferenciar transferência de contratransferência é observar a intensidade da reação emocional do terapeuta. Se a reação for leve, provavelmente trata-se de transferência do paciente; se for intensa, pode indicar uma contratransferência que precisa ser analisada.

O terapeuta deve estar atento aos sinais de contratransferência, como sentir-se incomodado com um paciente específico ou desejar que ele cancele uma sessão. O automonitoramento e a supervisão clínica são fundamentais para evitar que esses sentimentos interfiram negativamente na terapia.

A relação terapêutica como ferramenta de transformação

A relação terapêutica é um dos elementos mais importantes no sucesso da psicoterapia. Mais do que um ambiente de escuta e intervenção, o setting terapêutico é um espaço onde padrões emocionais e relacionais podem ser revistos e transformados.

Independentemente da abordagem utilizada, a psicoterapia exige que o terapeuta tenha sensibilidade, ética e preparo para acolher o paciente de maneira genuína. Construir uma relação terapêutica forte não significa apenas reduzir sintomas, mas promover mudanças profundas que impactam a forma como o paciente se percebe e se relaciona com o mundo.

Dessa forma, a terapia não é apenas uma técnica, mas uma experiência viva e dinâmica, onde tanto terapeuta quanto paciente se envolvem ativamente na busca por crescimento e bem-estar.

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