O Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) é uma condição clínica reconhecida que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizando-se por episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos, acompanhados por uma sensação de perda de controle. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o TCA possui critérios específicos para diagnóstico e diferenciação de outros transtornos alimentares, como a bulimia nervosa e a anorexia.
Neste artigo, você vai entender em detalhes os critérios diagnósticos do Transtorno de Compulsão Alimentar, os níveis de gravidade, as principais comorbidades associadas e como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ser uma das abordagens mais eficazes no tratamento desse transtorno.
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O que é o Transtorno de Compulsão Alimentar?
O Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) é caracterizado por episódios recorrentes nos quais a pessoa ingere, em um curto período, uma quantidade de alimento significativamente maior do que o habitual, acompanhada de uma sensação de perda de controle sobre a alimentação.
Essa condição pode gerar intenso sofrimento psicológico, prejuízo social e risco para a saúde física, especialmente devido à associação com sobrepeso, obesidade e doenças metabólicas como diabetes tipo 2 e hipertensão.
Critérios diagnósticos do Transtorno de Compulsão Alimentar (DSM-5)
Segundo o DSM-5, o diagnóstico de TCA é baseado nos seguintes critérios:
A - Episódios recorrentes de compulsão alimentar:
1. Ingestão, em um período determinado (por exemplo, 2 horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em circunstâncias semelhantes.
2. Sensação subjetiva de perda de controle sobre a ingestão alimentar (como não conseguir parar de comer ou controlar a quantidade consumida).
B - Associação a pelo menos três dos seguintes comportamentos:
• Comer muito mais rapidamente do que o normal.
• Comer até sentir-se desconfortavelmente cheio.
• Comer grandes quantidades mesmo sem sentir fome física.
• Comer sozinho por vergonha da quantidade consumida.
• Sentir-se desgostoso consigo mesmo, deprimido ou muito culpado após o episódio.
Frequência e duração dos episódios compulsivos
Para que seja feito o diagnóstico, os episódios precisam ocorrer, em média, pelo menos uma vez por semana durante um período de três meses consecutivos.
Além disso, o indivíduo deve apresentar sofrimento significativo em decorrência dos episódios, como vergonha, ansiedade, isolamento social ou baixa autoestima.
Diferenças entre compulsão alimentar e bulimia nervosa
Um aspecto central para o diagnóstico diferencial do Transtorno de Compulsão Alimentar é que ele não está associado a comportamentos compensatórios inadequados, como vômitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes ou jejuns prolongados, que são característicos da bulimia nervosa.
Além disso, os episódios de compulsão não ocorrem exclusivamente durante o curso da bulimia ou da anorexia nervosa.
Classificação da gravidade do Transtorno de Compulsão Alimentar
De acordo com a frequência dos episódios compulsivos, o TCA pode ser classificado em diferentes níveis de gravidade:
• Leve: 1 a 3 episódios por semana.
• Moderado: 4 a 7 episódios por semana.
• Grave: 8 a 13 episódios por semana.
• Extremo: 14 ou mais episódios por semana.
Essa classificação é importante para orientar a escolha das estratégias terapêuticas e monitorar a evolução clínica do paciente.
Critérios de remissão do Transtorno de Compulsão Alimentar
A evolução do transtorno pode levar à remissão, que é classificada em dois níveis:
• Remissão parcial: após ter preenchido os critérios completos do transtorno, a frequência dos episódios diminui para menos de um episódio por semana, sustentadamente.
• Remissão completa: nenhum dos critérios diagnósticos permanece presente por um período sustentado.
A remissão, especialmente a completa, costuma ser favorecida pela intervenção psicoterapêutica especializada, como a TCC, associada ou não ao uso de medicamentos.
Principais comorbidades associadas ao Transtorno de Compulsão Alimentar
O TCA frequentemente ocorre em comorbidade com outros transtornos mentais e comportamentais, como:
• Transtornos depressivos: presença significativa de sintomas depressivos, como tristeza, desesperança e baixa autoestima.
• Transtorno bipolar: especialmente episódios depressivos, que podem desencadear ou agravar os episódios compulsivos.
• Transtornos de ansiedade: incluindo transtorno de ansiedade generalizada, fobias e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
• Abuso de substâncias: como álcool e outras drogas, podendo funcionar como tentativa de aliviar emoções negativas ou regular estados afetivos.
A identificação e tratamento dessas comorbidades são fundamentais para um manejo clínico eficaz do TCA.
Perfil e evolução do Transtorno de Compulsão Alimentar
Diferente de outros transtornos alimentares como a anorexia nervosa e a bulimia, que acometem majoritariamente adolescentes e mulheres jovens, o TCA:
• É mais comum na meia-idade.
• Apresenta uma prevalência significativa entre homens (aproximadamente um terço dos casos).
• Raramente ocorre em indivíduos com histórico prévio de anorexia ou bulimia.
Esse perfil epidemiológico destaca a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção que contemplem tanto homens quanto mulheres, em diferentes faixas etárias.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar no tratamento do TCA?
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é considerada a abordagem de primeira linha para o tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar.
Essa intervenção tem como foco:
• Identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais relacionados à alimentação, corpo e autoestima.
• Desenvolver habilidades para regular emoções sem recorrer à comida como estratégia de alívio.
• Estabelecer um padrão alimentar mais regular e equilibrado.
• Trabalhar com técnicas de resolução de problemas e prevenção de recaídas.
Além da TCC, algumas intervenções medicamentosas, como o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), podem ser indicadas, principalmente nos casos mais graves ou com comorbidades importantes.
Quando buscar ajuda profissional para compulsão alimentar?
Se você se identificou com os sintomas descritos ou conhece alguém que sofre com episódios recorrentes de compulsão alimentar, é fundamental buscar ajuda profissional qualificada.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é altamente eficaz no tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar, promovendo mudanças duradouras nos padrões de comportamento e pensamento.
Agende uma consulta com um psicólogo especializado em transtornos alimentares e dê o primeiro passo em direção a uma vida mais saudável e equilibrada.
Perguntas Frequentes sobre Transtorno de Compulsão Alimentar e TCC
1. Qual a diferença entre compulsão alimentar e comer em excesso ocasionalmente?
Comer em excesso ocasionalmente é comum e não configura transtorno. O TCA se caracteriza por episódios recorrentes, sensação de perda de controle e sofrimento significativo.
2. O Transtorno de Compulsão Alimentar tem cura?
Embora não se fale em “cura” definitiva, o TCA pode entrar em remissão completa com tratamento adequado, principalmente com a Terapia Cognitivo-Comportamental.
3. Compulsão alimentar é um transtorno exclusivo de mulheres?
Não. Embora seja mais prevalente entre mulheres, cerca de um terço dos casos ocorre em homens.
4. Como saber se minha compulsão alimentar é um transtorno?
Quando há episódios recorrentes de ingestão excessiva, sensação de perda de controle, sofrimento emocional e prejuízo social ou físico, é indicado buscar avaliação especializada.
5. A TCC realmente funciona para compulsão alimentar?
Sim. A Terapia Cognitivo-Comportamental é a abordagem com maior evidência científica para o tratamento do Transtorno de Compulsão Alimentar.
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DR. OSVALDO MARCHESI JUNIOR
Psicólogo em São Paulo - CRP - 06/186.890
Atendimentos Psicológicos On-line e Presenciais para pacientes no Brasil e no exterior.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Hipnoterapia.
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